Não
temos como estudar a Criminologia sem que o nome Cesare Lombroso
surja como relevante expoente, seja por seus “enigmáticos” e
relevantes estudos na área da Medicina ou pela sua grande
contribluição para o estudo dessa ciência.
Nascido
na Itália, em 1835, Lombroso iniciou seus estudos em Medicina em
1852 na Universidade de Pavia, estudando também em Pádua e Viena.
Posteriormente é creditado como sendo o criador da antropologia
criminal e suas ideias inovadoras deram nascimento à Escola Positiva
de Direito Penal, mais precisamente a que se refere ao positivismo
evolucionista, que baseava sua interpretação em fatos e
investigações científicas.
Em
1880 funda juntamente com Ferri e Garofalo o jornal “Archivio
I Psichiatria, antropologia criminale e scienza penale”
que se tornou o grande porta-voz do movimento positivista.
Desenvolveu a teoria de que o criminoso é vítima principalmente de
influências atávicas, isso é, uma regressão hereditária a
estágios mais primitivos da evolução, justificando sua tese com
base nos estudos científicos de Charles Darwin. Uma de suas
conclusões leva a possibilitar a equivalência do criminoso a um
doente que não pode responder por seus atos por lhe faltarem forças
para lutar contra os ímpetos naturais. O que o levou a se tornar um
defensor da pena de morte e da prisão perpétua, pois acreditava que
tais indivíduos (delinquentes) deveriam ser retirados do convívio
social, uma vez que a recuperação dos mesmos seria inócua.
Lombroso
esteriotipou seis tipos de criminosos: o nato, o louco moral, o
epilético, o louco, o ocasional e o passional. No entanto, as
características encontradas por Lombroso eram basicamente do negro,
imigrante na Itália. A tal “face” criada pelo autor se confundia
com a figura afro, fato que tachou sua tese como racista.
O
fato é que mais de um século depois, com todo o avanço da
tecnologia e das teorias que giram em torno da dogmática penal,
ainda assim nos dias de hoje conseguimos perceber que permanece na
sociedade uma necessidade de associar a figura do criminoso a de um
outro “dado indivíduo”, e isso quase que na totalidade das vezes
com aqueles menos privilegiados. Deixa-se de lado agora fatores como
as dimensões do crânio, mandíbula e mãos para dar lugar a fatores
como comunidade em que vive, sua vestimenta, forma de falar,
tatuagens...Tudo isso como se a ganância, a cobiça, a maldade, o
despreendimento com o sentimento alheio fossem características
atreladas agora apenas a um segmento social. Logo, mudou-se o perfil,
mas as perseguições e preconceitos permanecem. O contexto em que o
crime é cometido quase que é ignorado quando se olha para quem
supostamente o cometeu. E isso nos remete a uma situação mais
preocupante ainda que é o papel da mídia, principalmente da
imprensa televisiva quando das coberturas policiais. O grande mestre
Zaffaroni já ressaltou recentemente que os países latino-americanos
possuem um grande problema no tocante aos papéis que as mídias
desempenham nessas sociedades, o ritmo e o foco quem elas insistem em
dar, desprezando por muitas vezes a real motivação ou o contexto em
quem o crime ocorreu. Taxando já previamente como culpados muitos
possíveis inocentes. Não esqueçamos que qualquer um de nós ou de
nossos filhos pode vir a se ver como réu em um processo criminal,
ainda que possamos estar amparados por alguma excludente de
ilicitude.
Fonte:
http://www.domtotal.com/direito/pagina/detalhe/37186/a-identidade-do-criminoso-visao-atual-da-teoria-de-cesare-lombroso.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cesare_Lombroso
Gostei bastante!
ResponderExcluirQue bom! Fico feliz que tenha gostado. Até porque acho esse assunto muito interessante, assim como de muita relevância.
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