Liminar
concedida recentemente pelo desembargador Vladimir Souza Carvalho, do
Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª Região, reacendeu a polêmica
sobre o fim do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O
magistrado considerou essa avaliação inconstitucional, decisão que
despertou críticas do presidente da OAB, Ophir Cavalcante. No
Senado, a Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) já está
pronta para votar parecer favorável, com emenda, a projeto (PLS
186/06) do senador Gilvam Borges (PMDB-AP) que extingue o exame.
Ophir
Cavalcante avaliou o entendimento do desembargador Vladimir Carvalho
como "isolado" dentro do Poder Judiciário. O presidente da
OAB também cogitou suspeição do juiz nesse episódio, pois teria
um filho bacharel em Direito já reprovado em vários exames da
Ordem.
"Ao
liberar as pessoas alegando inconstitucionalidade do exame de uma
forma indireta, ele vai beneficiar o filho se essa tese vier a ser
vitoriosa. Portanto, é com essa perspectiva que a Ordem entende que
existe um critério ético a ser observado", comentou Ophir
Cavalcante.
Projeto
Embora
não alegue a inconstitucionalidade do teste, Gilvam Borges defende
sua extinção por entender que o estudante de Direito já é
submetido a uma série de avaliações ao longo do curso. Argumenta
ainda que essa exigência representa fonte de estresse e até de
outros problemas de saúde para os candidatos.
"A
mim parece inaceitável que uma única prova substitua todas as
provas de cinco longos anos de formação acadêmica" - afirmou
o parlamentar.
O
relator do PLS 186/06, senador Marconi Perillo (PSDB-GO) concordou
que o exame da OAB, em seu modelo atual, é fator de estresse e de
ônus financeiro para candidatos já reprovados. Mas discorda de sua
eliminação "pura e simples".
"O
mau advogado representa um risco para seus clientes. A adequada
representação dos interesses de uma pessoa, em juízo e fora dele,
implica, necessariamente, um elevado grau de proficiência técnica"
- advertiu Marconi Perillo em seu parecer.
Ao
apresentar voto favorável à proposta, o relator tratou de fazer
ajustes no texto original por meio de emenda. Assim, estabeleceu
novos critérios para aplicação do exame da OAB. O teste passaria a
ser realizado em duas fases, sendo a primeira composta de questões
objetivas abordando o currículo do curso de Direito, e a segunda
voltada para a elaboração de peça técnica focada na prática da
advocacia.
Depois
de passar pela CE, a matéria vai ser analisada pela Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde será votada em
decisão terminativa.
Fonte:
Agência Senado
http://www.amambainoticias.com.br/brasil/liminar-da-justica-reacende-polemica-sobre-exame-da-oab
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