domingo, 24 de maio de 2015

Cenário lastimável


Não sou chef  e nem tão pouco possuo habilidades culinárias, mas acho que posso me atrever a demonstrar como será o bolo de aniversário da independência do Brasil daqui a dez anos, se continuarmos nessa mesma rota.
Imaginem um país em que a Educação é desprezada por aqueles que deveriam estimulá-la e sempre é tratada como meta secundária e residual. Some isso a um país que já teve uma colonização traumática e que os nacionais que tanto brigaram por essa "independência", hoje, muitos deles são os que parecem querer impulsionar o povo a uma total dependência. Agora misture nessa mesma mistura um povo que insiste em se preocupar com carnaval, copa do mundo, novelas e que ignora totalmente qualquer discussão política, inclusive se orgulhando muitas vezes em falar que odeia política e que política não se discute. Ora e não seria através das discussões e debates que a história deveria ser mudada?
Para "agraciar" ainda mais o nosso bolo, somos conhecidos como sendo um povo orgulhoso do "jeitinho brasileiro". Em que quanto mais vantagens levarmos melhor - e em tudo! E como sendo um país em que professores quando não são agredidos nas salas de aula, são surrados e humilhados diante dos braços do Estado".
Como aliado do nosso processo de  - imbecilização - temos o alto nível da mídia televisiva, conhecida no exterior como sendo o cartão postal das belas bundas, carnavais, baladas e exposição das mulheres brasileiras .
No cenário político, encontramos uma orgia que seria capaz de constranger o próprio Calígula. Armações, jogatinas, manipulações e "coligações" remediam o interesse público em detrimento do privado, e já de forma explícita e sem nenhum pudor. Chegamos ao triste ponto de criticarmos o governo e nem sequer termos uma oposição sólida e forte em que possamos confiar. Literalmente estamos como um barco à deriva.
Antes ainda havia a ingênua ideia de termos um "Salvador da Pátria". Pelo menos isso hoje sabemos que aquele que poderia ser o salvador, atualmente pode ter se transformado no nosso maior algoz.
Uma guerra civil no Rio de Janeiro, mas precisamente no Complexo da Maré, em que militares tem derramado seu sangue em troca de um retorno financeiro beirando o ridículo, é apresentada todos os dias em vídeos no youtube, mas a imprensa parece estar mais preocupada com a repercussão que essa exposição possa vir a causar às vésperas de jogos olímpicos e não transmite nada a respeito.
Infelizmente, a cereja desse bolo eu guardarei para uma próxima ocasião, pois o cheiro dessa massa já me fez mal.

2 comentários:

  1. Gostei do texto. O que seria uma oposição do governo hoje?
    Esses dia vi na faculdade um cartaz escrito "Oposição de esquerda" da UNE, detalhe a palavra esquerda estava escrito de vermelho, achei engraçado e cheguei a rir por um momento. Fiquei pensando é tão ruim assim ser de direita nesse país? Até pouco tempo não ligava para política era parecido com as pessoas que você citou no texto só na questão da falta de interesse na política. Pelo que ando lendo e vendo na internet me identifico mais com a direita, talvez eu seja conservador ou como a esquerda gosta de dizer "facista".

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    1. Entendo que uma oposição séria deve ter como fundamento maior o interesse público e não interesses políticos e pontuais. Ter uma oposição forte é característica também de um Estado Democrático de Direito. Até porque acho salutar que haja controvérsias políticas e de pensamentos. O problema é quando vc percebe que a oposição, que deveria questionar aquilo que o governo propõe e vai de encontro aos interesses da sociedade, na verdade parece estar mais preocupada com cargos e atacar quando conveniente.

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